“Elogio não serve para nada se não existe justiça. As rosas estão só sendo usadas em coroas fúnebres nos feminicídios, um pior que o outro, um mais cruel do que o outro.
Todos os dias é um dia a menos para milhares de mulheres no país.
Ela ainda é vista como posse de alguém, como escrava do amor, como vitrine de ostentação, como carne e usura.
O que aconteceu em Franco da Rocha (São Paulo), com a universitária Isabela Miranda de Oliveira, de 19 anos, é o retrato na lápide da selvageria machista.
![SEM DIREITO A SORRIR - Por Fabrício Carpinejar portalraizes.com - SEM DIREITO A SORRIR - Por Fabrício Carpinejar](https://www.portalraizes.com/content/uploads/2019/03/isabela-miranda-de-oliveira-720x630.jpeg)
Ela, dormindo, inconsciente porque se passou na bebida com os amigos em brincadeira no churrasco, foi estuprada pelo cunhado enquanto dormia (até se reestabelecer) em um dos quartos.
O namorado, em vez de entender a cena, em vez de socorrê-la, em vez de defendê-la do agressor, em vez de partir para cima do cunhado, começou a espancar Isabela, como se ele tivesse culpa de ser violentada. Não bastando: ateou fogo no banheiro e no colchão e a queimou viva.
Isabela foi covardemente assassinada, sem o direito de se defender, unicamente porque era mulher. Julgada, condenada e executada na hora por uma questão de gênero. Não me diga que há igualdade. Não teríamos um novo óbito se fosse um homem”. – Texto de Fabrício Carpinejar publicado em seu facebook no dia 8 de março de 2019.
A taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo. Só este ano (até a data de publicação desta matéria) foram registrados 340 casos de feminicídio — 204 episódios consumados e 136 tentativas. A taxa de letalidade é de 60%, com 220 vítimas identificadas, em crimes ocorridos em todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os crimes têm uma característica em comum: foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. As estatísticas de violência sexual envergonham e exigem uma profunda e inadiável mudança cultural. – Saiba mais sobre o assunto clicando aqui.