O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de investigação para apurar acusações contra magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), nesta terça-feira (23/02/2021). A solicitação foi feita após novos áudios mostrarem uma conversa entre padre Robson de Oliveira e dois advogados sobre o suposto pagamento de R$ 1,5 milhão a desembargadores para conseguirem uma decisão favorável.

As gravações foram encontradas durante a investigação que apurou suposto desvio de dinheiro doado por fiéis à Afipe, localizada em Trindade, a 55 km de Goiânia. A conversa foi gravada pelo próprio padre Robson e tem quase 1h30 de duração. A data em que ela foi feita não foi divulgada.

Sobre os áudios, a defesa de padre Robson afirma que o material original e verdadeiro não foi exibido, pois não pode ser divulgado, já que é mantido em segredo de Justiça. “As suposições são construções fantasiosas para tentar constranger pessoas, já que não se sustentam juridicamente nem sequer foram judicializadas nem representam qualquer ato ilegal”, diz o comunicado.

Em outro áudio, o padre diz a um advogado que a morte de Anderson Fernandes, um dos envolvidos no esquema de suborno, seria uma “bênção”.

“Se você pudesse matar ele para mim, eu achava uma bênção. Acaba com esse cara, bicho. Isso aí só vai atrapalhar nossa vida. Para mim, até hoje, foi um atraso”, disse Robson.

Em nota enviada ao Fantástico, Anderson afirma que o episódio em que o padre disse que queria matá-lo era claramente uma brincadeira. Ele disse que Robson falava isso brincando com frequência, inclusive na frente dele. Anderson alega ainda que a gravação é claramente uma montagem e que está sendo utilizada de forma descontextualizada e errônea.

Segundo os investigadores, todas as gravações passaram por perícia técnica, que comprovou serem mesmo do padre. Os áudios estavam em HDs, computadores e no celular do padre – material que foi apreendido durante a Operação Vendilhões, do Ministério Público, em agosto de 2020.

Padre Robson era investigado na Operação Vendilhões, que cumpriu mandados de busca e apreensão em agosto de 2020, para apurar crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica nas “Afipes”, associações criadas por padre Robson e que movimentaram em torno de R$ 2 bilhões em dez anos.

De acordo com a investigação, os valores deveriam ter sido usados na construção da nova Basílica de Trindade. Porém, foram usados, entre outros fins, para a compra de fazendas, um avião e uma casa de praia.

O religioso segue afastado das funções na igreja. O processo que investigava padre Robson e o desvio da Afipe foi interrompido por decisão judicial, mas o Ministério Público recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. As informações são do G1. Leia a reportagem completa aqui.

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